No último século, era costume pensar em tecnologia como capacitação ou algo que usávamos para ter mais resultados em um empreendimento. Neste século, especialmente no contexto pós-pandêmico, a indústria da tecnologia vai estar à frente em nosso dia a dia. Será um diferencial competitivo de como empresas e ecossistemas funcionam.
Desde 2020, as cinco maiores empresas de tecnologia do mundo, conhecidas como Big Tech ou Big Five, não saem da lista dos maiores empreendimentos da Forbes. São elas: Google, Apple, Facebook, Amazon e Microsoft. E cada usuário conectado faz, no mínimo, um uso de serviços de uma destas gigantes da indústria da tecnologia.
Embora muitos se preocupem que a tecnologia elimine empregos e funções, o economista e diretor do Centre of Future Work, Jim Stanford, afirmou que “existe muito material humano necessário para desenvolvimento, engenharia, manufatura, instalação, operação e manutenção de robôs. Novas tecnologias, uma vez que inventadas e implantadas, normalmente abrem oportunidades para novas formas de trabalho e produção. Neste sentido, novas tecnologias podem ser um complemento para o trabalho, e não o substituto”.
No seu novo livro 10 Lições para um Mundo Pós-Pandêmico, o autor Fareed Zakaria resume ao dizer que a vida depois da covid-19 “vai ser, em muitos aspectos, uma versão acelerada do mundo que conhecemos.” E isso se aplica à indústria da tecnologia e seu papel no início da pandemia. O contexto acelerou a adoção e implementação de tecnologias que levariam anos, talvez décadas, para se tornarem populares. Nós vimos como mudamos nossas interações majoritariamente analógicas no trabalho, nos estudos e no entretenimento ao oposto em poucas semanas. A pandemia acelerou o domínio da indústria da tecnologia em nossas vidas e nos tornou indivíduos mais digitais, com todas as vantagens e desvantagens que isso carrega.
As principais tendências da indústria da tecnologia irão acelerar o mundo pós-Covid 19 são: tecnologias sem toque, serviços baseados em nuvem e robôs extremamente automatizados para que as pessoas possam ampliar suas tarefas do cotidiano. É como se fôssemos ver automação robótica adicional e inteligência artificial em redes de fornecimento, serviços voltados para a experiência do consumidor e muito mais. Com a robótica, a Internet das Coisas e a crescente disponibilidade de tecnologias 5G, vamos testemunhar uma variedade de tecnologias sem toque, ascendentes no mercado.
Inteligência artificial é a grande tendência do mundo pós-Covid 19
A inteligência artificial é uma das grandes tendências do momento dentro da indústria da tecnologia. Em 2021, como previsto, a IA tem se tornado uma ferramenta valiosa para nos ajudar a interpretar e entender o mundo que nos cerca. O volume de dados que são coletados em serviços de saúde, taxas de infecção, e o sucesso das medidas que muitos países tomaram para prevenir a infecção do covid-19 vão continuar aumentando. Máquinas que lêem algoritmos serão abastecidas com melhores informações, oferecendo cada vez mais soluções sofisticadas que descobrem para nos auxiliar.
De sistemas de visão computacional monitorando a capacidade de áreas públicas analisarem as interações descobertas através do contato de iniciativas de rastreamento, algoritmos autodidatas observarão conexões e insights que passam batido pelo olhar humano. Estes algoritmos vão nos ajudar a prever demandas por serviços de hospitais e outros provedores de assistência médica, e autorizar administradores a tomarem melhores decisões sobre quando e onde implantar novos recursos.
Falando em saúde, ainda temos as possibilidades da Realidade Estendida, seja Virtual ou Aumentada. Estes termos se referem a tecnologia que faz uso de óculos e headset para projetar imagens geradas por computador diretamente no campo de visão do usuário. Quando sobreposta aquilo que o usuário está vendo no mundo real, é Realidade Aumentada. Em ambientes virtuais totalmente gerados por computador, é Realidade Virtual. Acontece que a Realidade Aumentada pode ser muito útil em atendimentos médicos, possibilitando um atendimento remoto completo para um agendamento urgente.
A revolução dos serviços de nuvem
As-a-service são os serviços que acessamos através de nuvens e plataformas on-demand. Esses serviços são a chave que põe outras tendências da indústria de tecnologia que discutimos hoje ao alcance de qualquer pessoa. É inclusive a razão do porquê IA e robótica são uma possibilidade para qualquer negócio ou organização, independente do seu tamanho ou orçamento. Graças às nuvens, ofertas de companhias do Big Five como Google, Microsoft, Amazon e qualquer startup em ascensão proporcionaram a inovadores de diversas áreas investirem em tecnologia de ponta com pequeno investimento em ferramentas, equipamentos e profissionais especializados.
Tecnologia 5G significa que serviços confiáveis ou tecnologias avançadas como a Realidade Aumentada assim como plataformas de games que fazem uso de nuvem, como Google’s Stadia ou NVidia’s GeForce Now se tornaram uma opção viável, em qualquer lugar a qualquer hora, além de tornarem redes de cabo e fibra redundantes. Em breve, 5G e outras redes avançadas de alta velocidade vão tornar todas as tendências que estamos discutindo há tempos democraticamente disponíveis.
Tecnologia sem toque: herança de um contexto pandêmico em prol do futuro da saúde
Apertar botões se tornou mais perigoso em um contexto pandêmico. A adoção de tecnologias sem toque cresceu mundo afora enquanto a Covid-19 se tornava uma realidade. Dispensadores de utensílios, robôs de entrega, máquinas de sanitização baseadas em sensores e purificadores de ar são exemplos das principais tecnologias touchless adotadas em massa desde 2020. O grande hit dessa tendência sem dúvida foi o elevador touchless. Livre de toque e com ativação por voz, a tecnologia já vem sendo aplicada em elevadores mais antigos nos EUA.
No Brasil, Petrobrás e Vale foram as empresas que mais investiram em tecnologia sem toque. A Petrobras escolheu diferentes frentes da tecnologia sem toque, como a instalação de câmeras térmicas que apontam as variações de temperatura dos profissionais ao passarem pelas catracas, e a partir desta análise busca soluções para ampliar a distância social nas plataformas de produção. O indíce de possíveis infecções é acompanhado pelo Ministério Público do Trabalho.
Os 7 Vales do Silício brasileiros e a indústria da tecnologia sendo aplicada no cotidiano
Em 2019, um estudo do Observatório da Associação Catarinense de Tecnologia em parceria com a Neoway chamado Tech Report 2019, apontou que naquele ano a indústria da tecnologia no Brasil faturou cerca de R$ 301,7 bilhões, cerca de 4,4% do PIB Nacional. Segundo o StartupBase, existem mais de 12 mil startups no Brasil divididas em 607 cidades.
Para aqueles que gostam de comparativos, não temos apenas um Vale do Silício nacional, mas 7 polos da indústria da tecnologia: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e Pernambuco.
Com a chegada do 5G em todo Brasil até o final de 2029, é provável que boa parte do smart devices e possibilidades debatidos nos últimos tempos sejam realidades também em residências, e não apenas nas empresas e indústrias.
O que reserva o futuro para as Big Five da indústria da tecnologia?
Microsoft: Renovação, diversidade e uma imagem mais empática dentro da indústria da tecnologia
Em 2020, a Microsoft ensaiou uma aproximação com a bola da vez, o Tik Tok. Mas a pressão dos investidores do app chinês, devido a declarações extremamente duvidosas do governo americano sobre a ferramenta, empatou um negócio bilionário, talvez o mais arriscado da história da Microsoft, que poderia ter reinventado o futuro da gigante americana e transformá-la em uma empresa mais voltada ao usuário final.
Porém, o CEO Satya Nadella ainda tem planos ambiciosos para a empresa, como focar em cultura organizacional onde funcionários e líderes refletem com autenticidade seus progressos no trabalho através de um crescimento de mindset. A Microsoft pretende criar uma declaração de missão de expectativas e benefícios do seu consumidor e divulgar mais projetos e objetivos voltados ao meio-ambiente. Também está nos planos da empresa desenvolver uma estratégia voltada para o futuro que se beneficie da avalanche de dados que estão por vir e oferecer um ambiente de trabalho repleto de diversidade para que todos façam o seu melhor.
Amazon: Jeff Bezos quer se aposentar, mas sua empresa não para de crescer
Como uma pequena livraria virtual se tornou um fenômeno? A verdade é que a Amazon não pára de crescer, abrangendo serviços diversos como entregas domiciliares, computação de nuvem, avanços de inteligência artificial, e streaming de filmes, séries e campeonatos esportivos. Uma das companhias mais ricas do mundo, a Amazon passou a ser analisada por outros aspectos, como condições de trabalho em alguns de seus armazéns.
Jeff Bezos, agora um dos homens mais afortunados do mundo, passou o controle para Andy Jassy, o atual líder do negócio de computação de nuvem da Amazon. A inovação da Amazon tornou a empresa trilionária e o segredo desta gigante da indústria da tecnologia é diversificar seus produtos, conforme o gráfico abaixo.
Apple: a gigante da indústria da tecnologia quer investir em aumento da realidade
Uma das mais revolucionárias empresas que surgiram na Indústria 4.0, a Apple é um fenômeno indiscutível em inovação e tecnologia. Talvez por isso não poderíamos esperar outra afirmação do seu CEO para o futuro da empresa.
De acordo com o CEO da Apple, Tim Cook, os sinais do futuro da companhia apontam para o mercado de Realidade Aumentada. Questionado sobre onde se encontra a Apple no processo de lançar um headset de Realidade Virtual, Cook declarou: “Bom, eu não posso falar sobre o que está ou não nos planos. No entanto, em termos de Realidade Aumentada, este recurso promete que você e eu estaremos tendo uma grande conversa agora.” O CEO completou: “De fato, pode ser ainda melhor se nós pudemos aperfeiçoar nosso debate com gráficos e outras coisas que podem surgir. E nossa audiência se beneficiaria disso. Portanto, quando eu penso sobre RA em diferentes áreas, eu falo de saúde, educação, games, varejo. Eu já consigo vislumbrar a Realidade Aumentada sendo adotada nesses setores através dos smartphones. E eu penso que a promessa é de um futuro ainda maior”.
Google: hardwares, softwares e 24 horas de interação com o usuário
O sucesso do Chromebook entre os millenials e os gen Z comprovam que o Google sabe se reinventar. As atualizações do Meet simplificaram o processo de reuniões e abrangeram mais convidados. A verdade é que a combinação de hardware, apps, UX, interações e aprendizado entre humanos e máquinas também dizem muito sobre o objetivo do Google: ser um recurso 24 horas para o usuário. Android, Nest, smartwatches e Google Home são alguns dos jeitinhos que o Google encontrou de entrar aos poucos nas casas de hoje que futuramente serão smart homes.
Mas dizem que falta ao Google comprar um e-commerce. Se a compra da Amazon é inviável, nada melhor que ajudar as pessoas a criarem os seus próprios e-commerces. O Google também quer dominar o mercado de hardware, e por mais incríveis que sejam os designs da Apple, são gadgets inacessíveis na maioria dos mercados mundiais. Mas o Google tem os recursos e a capacidade para bater de frente com sua rival e companheira de Big Five of Tech.
Facebook e os dilemas de Mark Zuckerberg
Em Junho de 2020, o Facebook alcançou o recorde de 2,7 bilhões de usuários. Isso é um terço da população do mundo. Mas “apenas” 1,8 bilhões usam a ferramenta diariamente. O Facebook de Mark Zuckerberg também é dono dos apps Instagram, Messenger, WhatsApp e Oculus. Ainda assim, diversos escândalos envolvendo a plataforma e campanhas políticas corruptas, além de diversas inadequações e exposição de colaboradores a conteúdos violentos, mancharam a imagem de Zuckerberg e seu império, mas não impediram o crescimento dos usuários.
Mas existem alguns cenários para o futuro do Facebook, e nem todos são bonitos. Uma queda temporária para um retorno triunfal com mais popularidade e mais regulações na plataforma. Declínio e queda com mais regulação e menos popularidade. Um Facebook maléfico, com menos regulação e menos popularidade. Um Facebook popular, com menos regulação e mais popularidades. Estes cenários são baseados na quantidade de anunciantes e investidores, na forma como a ferramenta é utilizada pelos seus usuários, em estabelecer regras rígidas o bastante para afastar esquemas corruptos e conteúdo impróprio mas não o suficiente para tornar a rede social monótona para novos usuários, e principalmente, o impacto de startups chinesas e seus apps com a juventude americana.
Os benefícios da Indústria da Tecnologia nos ambientes corporativos
O economista Jim Stanford, mencionado anteriormente, também disse: “Desde que a mecanização tornou possível produzir mais com menos trabalho, uma maneira de utilizar os potenciais benefícios sociais da tecnologia é reduzindo o horário médio de trabalho. Trabalho mais curto pode ser alcançado por caminhos diferentes: incluindo um dia de trabalho mais curto, uma semana de 4 dias de trabalho, mais tempo de férias, oportunidades para licença familiar e para o profissional continuar estudando, aposentadoria antecipada, entre outras medidas”.
A sua empresa pode se beneficiar de insights e estudos centrados na indústria da tecnologia. Estamos vivendo a Revolução Industrial 4.0, automatizada e voltada para as experiências. A equipe da Attri possui o conhecimento e a experiência que o seu projeto e empreendimento precisam para conversar com um público cada vez mais conectado e dependente de soluções tecnológicas. UX e UI Design, desenvolvimento de apps, sites, estratégias de marketing e branding são algumas das várias alternativas que podemos oferecer para a sua empresa.
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Quem escreveu este conteúdo:
Matias LucenaMatias Lucena, bacharel em Publicidade e Propaganda pela Universidade de Caxias do Sul (UCS), redator publicitário, ilustrador de final de semana e pós-graduando em User Experience Design and Beyond pela PUC -RS. The Wire é o melhor storytelling da TV, mas meu coração vai estar sempre com a Família Soprano.
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